Entre eles estão reduzir as calorias, correr, tirar uma soneca após o almoço e até apostar na canja de galinha.
O jornalista e escritor americano Gene Stone teve a oportunidade de pesquisar e escrever sobre inúmeras formas de cultivar a boa saúde. E notou que em algumas populações as pessoas nunca ficavam doentes. Foi atrás dos porquês.
Em suas andanças, percebeu que em cinco regiões os povos eram altamente saudáveis: a Barbagia, na Itália; Okinawa, no Japão; a comunidade dos Adventistas do Sétimo Dia, na Califórnia; a Península de Nicoya, na Costa Rica; e a ilha grega de Ikaria.
Acabou reunindo 25 dessas histórias de indivíduos supersaudáveis no livro "Os Segredos das Pessoas que Nunca Ficam Doentes", recém-lançado pela Editora Lua de Papel. Alho, ioga, banhos frios pela manhã e canja de galinha são alguns dos hábitos adotados por pessoas que nunca ficam doentes.
Confira a seguir 10 dicas de como se manter com disposição, saudável e livre do estresse.
1 - Reduza as calorias de sua alimentação para equilibrar o peso e se manter longe de problemas como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares. Estudo de Susan Roberts, professora da Escola Friedman de Ciência da Nutrição, da Universidade Tufts, nos EUA, sugere um corte de 25% do total diário de calorias. Ela acredita que isso pode ser feito a qualquer momento, desde que a pessoa se sinta confortável. Vale lembrar que o valor calórico deve ser menor, mas a dieta deve ser rica em nutrientes.
2 - Encare banhos frios para reforçar a imunidade, aumentar a circulação sanguínea, fortalecer a pele e revigorar o corpo. Em um estudo realizado em Praga, na República Tcheca, pesquisadores submeteram homens em boa forma física a mergulhos em água fria para observar a resposta imunológica deles. Com isso, os cientistas perceberam que houve aumento da contagem de células brancas, as responsáveis pelas defesas do organismo.
3 - Tenha pensamentos positivos para manter a boa saúde. A crença na conexão mente-corpo é tão antiga quanto a própria medicina ocidental. Já dizia Hipócrates: “A força natural de cura dentro de cada um de nós é a maior para que se consiga estar bem”.
4 - Corra para combater males cardíacos, diabetes, câncer. No segundo século d.C., o médico grego Galeno já dizia: “o corpo precisa de movimento – e não apenas aqueles típicos de uma rotina diária”.
Os Centros de Controle de Doenças americanos recomendam que um adulto deve ter 75 minutos de vigorosa atividade aeróbica (como correr) por semana. Se quiser realizar essa tarefa em dois, três, quatro ou sete duas, isso é com você.
5 - Pratique ioga para reforçar o sistema imunológico e aliviar o estresse. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos considera a ioga uma forma de “medicina complementar e alternativa” e os médicos às vezes a recomendam como um agregado ao tratamento convencional para uma série de problemas crônicos, incluindo asma, dores nas costas e artrite.
6 - Tome canja de galinha para prevenir resfriados. Alguns pratos, por semana, seria um bom remédio. Prescrita para combater o mal-estar desde o antigo Egito, a canja ganhou até um estudo japonês, publicado no periódico Journal of Agricultural and Food Chemistry. Além de resfriado, a pesquisa apontou que a receita pode combater ainda a pressão arterial elevada.
7 - Tenha amigos para aumentar a imunidade e afastar doenças infecciosas. Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh, demonstraram que pessoas com forte apoio social têm sistemas imunológicos mais robustos e estão menos inclinadas a ter infecções. E um estudo australiano estimou que idosos com largo círculo de amigos estavam 22% menos propensos a morrer, durante o período de análise, do que aqueles com menos amigos.
8 - Consuma alho para combater resfriados, reduzir a pressão, os níveis de triglicérides e de colesterol. A Faculdade de Medicina Tagore, da Índia, realizou um estudo mostrando que pessoas submetidas a testes e que consumiram alho mostravam uma queda na pressão sanguínea em cerca de 10%. Outros estudos mostram que o tempero pode atuar como poderoso antioxidante e antibiótico.
9 - Faça musculação para reduzir o peso e a gordura corporal, além de manter músculos, ossos e articulações saudáveis. Estudos da Universidade do Estado da Geórgia incluem entre os benefícios a redução do risco de morte prematura, de doença cardíaca, de elevação de colesterol, de depressão e diabetes.
10 - Tire uma soneca após o almoço para combater o estresse. Segundo relatório da Universidade de Chicago, o sono protege ainda de resfriado a acúmulo de cálcio nas artéria dos coração,o que poderia resultar em ataque cardíaco ou AVC.
TODOS OS CONTEÚDOS E INFORMAÇÕES PARA OS ALUNOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE BIGUAÇU, GOVERNADOR CELSO RAMOS E CAMPINAS.
domingo, 11 de março de 2012
ERROS CLÁSSICOS NA HORA DE EMAGRECER
Os enganos mais comuns cometidos na busca pelo peso ideal.
É comum que, na ânsia por emagrecer, sejam cometidos erros básicos — e alguns não tão básicos assim. Muitas pessoas, por exemplo, se preocupam demais em escolher a dieta ideal e as atividades físicas mais eficazes, e acabam esquecendo de prestar atenção em detalhes essenciais para que o objetivo seja alcançado. "Quem tem problemas com obesidade e sobrepeso luta a vida toda contra a balança, então uma dieta completamente restritiva, que não tem como durar para sempre, nunca será eficaz", explica o médido endocrinologista e diretor da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Bruno Geloneze Neto.
O principal é perder peso de uma maneira saudável, sem passar fome e aceitando o fato de que cada um carrega um fator genético diferente. Além de, claro, compreender que nem dieta nem remédio nenhum fazem milagres. Confira alguns dos erros que muitos cometem e que devem estar atrapalhando o seu processo de emagrecimento:
Fazer dietas rigorosas demais
Regimes restritivos estão fadados a terminar um dia, mas quem sofre com obesidade ou sobrepeso terá que lidar com esse problema para sempre. Dietas que restringem nutrientes essenciais, como carboidratos, proteínas ou gorduras, além de não funcionarem a longo prazo, são prejudiciais à saúde, já que as refeições deixam de ser balanceadas. "O ideal é um planejamento alimentar pensado para cada pessoa, pois cada um tem organismo, genética e rotina diferentes", explica o endocrinologista Bruno Geloneze.
Ter obsessão com a balança
Ansiedade e desânimo podem ser alguns dos sentimentos provocados quando uma pessoa se pesa frequentemente. Uma perda de peso saudável é progressiva e lenta, então não vale à pena criar expecativas quanto a resultados a todo o momento.
Aqueles que seguem uma alimentação saudável e praticam exercícios físicos podem não diminuir o peso na balança, mas estão emagrecendo, já que estão substituindo gordura por massa magra. "Além disso, as pessoas não devem se iludir quando perdem peso sem fazer exercícios físicos, pois muitas vezes perderam massa magra, e não gordura", explica Geloneze.
Não procurar acompanhamento profissional
A reeducação alimentar, a escolha da medicação e a prática de exercícios devem ser acompanhados por médicos, nutricionistas e educadores físicos. Quem dispensa os profissionais corre risco de não conseguir emagrecer, prejudicar a saúde e sofrer contusões, por exemplo.
Traçar objetivos impossíveis
Quem pretende emagrecer muito e em pouco tempo pode se decepcionar e acabar desistindo de conseguir um objetivo saudável e mais acessível. Segundo o médico endocrinologista Alfredo Halpern, o ideal é que se perca de meio a um quilo por semana, e não mais do que isso. Para Geloneze, ter uma perda exorbitante de peso é extremamente difícil, e manter tal resultado é impossível.
Ignorar o fator genético
Quem tem uma genética que facilita o ganho de peso não deve se acomodar com essa situação, mas deve levá-la em consideração quando pretende perder peso. "Cada um deve querer emagrecer de acordo com a sua estrutura e nunca comparar o seu peso com o de alguém com tendência a ser magro", explica o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles. Segundo os médicos, pessoas com obesidade de grau I ou II que perdem 10% de seu peso, entre 3 e 6 meses, já têm grandes melhoras em problemas cardiovasculares e diabetes, por exemplo.
Pular refeições
Quem deixa de comer durante o dia, ou terá um problema de desnutrição ou não conseguirá manter a restrição alimentar até a noite. Então, somando fome, ansiedade e o estresse acumulado do dia-a-dia, aquele que pulou refeições comerá pior, em maior quantidade e mais rápido à noite, um período do dia em que o organismo está programada para armazenar, e não gastar, energia. Além disso, os médicos afirmam que pular refeições não emagrece. Mesmo em busca da perda de peso, todos devem comer de 3 a 5 vezes ao dia.
Contar somente com os remédios
As medicações devem ser receitadas por um médico e encaradas como coadjuvantes do processo de emagrecimento, e não como protagonistas. Elas devem complementar uma alimentação correta e prática de atividades físicas.
Relaxar depois de emagrecer
Uma pessoa que tem tendência a ganhar peso nunca deixará de ser assim, mesmo depois de emagrecer. Então, ela deve se conformar com o fato de que terá que se controlar para o resto da vida. Alcançar a perda de peso ideal não é motivo para deixar de praticar atividade física, comer corretamente e frequentar um médico. Segundo Halpern, as pessoas não devem se acostumar a ganhar um ou dois quilos, mesmo depois de ter emagrecido vinte.
Exagerar nas atividades físicas
Quem sempre foi sedentário ou está desacostumado a fazer exercícios físicos deve começar aos poucos com as atividades. Caminhadas regulares são as práticas mais indicadas para quem está começando. Iniciar as atividades com esportes violentos ou que exijam muito do corpo pode causar lesões e interromper precocemente algo que deveria ser progressivo. Além disso, é perigoso para pessoas com obesidade que geralmente apresentam problemas cardiovasculares.
É comum que, na ânsia por emagrecer, sejam cometidos erros básicos — e alguns não tão básicos assim. Muitas pessoas, por exemplo, se preocupam demais em escolher a dieta ideal e as atividades físicas mais eficazes, e acabam esquecendo de prestar atenção em detalhes essenciais para que o objetivo seja alcançado. "Quem tem problemas com obesidade e sobrepeso luta a vida toda contra a balança, então uma dieta completamente restritiva, que não tem como durar para sempre, nunca será eficaz", explica o médido endocrinologista e diretor da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Bruno Geloneze Neto.
O principal é perder peso de uma maneira saudável, sem passar fome e aceitando o fato de que cada um carrega um fator genético diferente. Além de, claro, compreender que nem dieta nem remédio nenhum fazem milagres. Confira alguns dos erros que muitos cometem e que devem estar atrapalhando o seu processo de emagrecimento:
Fazer dietas rigorosas demais
Regimes restritivos estão fadados a terminar um dia, mas quem sofre com obesidade ou sobrepeso terá que lidar com esse problema para sempre. Dietas que restringem nutrientes essenciais, como carboidratos, proteínas ou gorduras, além de não funcionarem a longo prazo, são prejudiciais à saúde, já que as refeições deixam de ser balanceadas. "O ideal é um planejamento alimentar pensado para cada pessoa, pois cada um tem organismo, genética e rotina diferentes", explica o endocrinologista Bruno Geloneze.
Ter obsessão com a balança
Ansiedade e desânimo podem ser alguns dos sentimentos provocados quando uma pessoa se pesa frequentemente. Uma perda de peso saudável é progressiva e lenta, então não vale à pena criar expecativas quanto a resultados a todo o momento.
Aqueles que seguem uma alimentação saudável e praticam exercícios físicos podem não diminuir o peso na balança, mas estão emagrecendo, já que estão substituindo gordura por massa magra. "Além disso, as pessoas não devem se iludir quando perdem peso sem fazer exercícios físicos, pois muitas vezes perderam massa magra, e não gordura", explica Geloneze.
Não procurar acompanhamento profissional
A reeducação alimentar, a escolha da medicação e a prática de exercícios devem ser acompanhados por médicos, nutricionistas e educadores físicos. Quem dispensa os profissionais corre risco de não conseguir emagrecer, prejudicar a saúde e sofrer contusões, por exemplo.
Traçar objetivos impossíveis
Quem pretende emagrecer muito e em pouco tempo pode se decepcionar e acabar desistindo de conseguir um objetivo saudável e mais acessível. Segundo o médico endocrinologista Alfredo Halpern, o ideal é que se perca de meio a um quilo por semana, e não mais do que isso. Para Geloneze, ter uma perda exorbitante de peso é extremamente difícil, e manter tal resultado é impossível.
Ignorar o fator genético
Quem tem uma genética que facilita o ganho de peso não deve se acomodar com essa situação, mas deve levá-la em consideração quando pretende perder peso. "Cada um deve querer emagrecer de acordo com a sua estrutura e nunca comparar o seu peso com o de alguém com tendência a ser magro", explica o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles. Segundo os médicos, pessoas com obesidade de grau I ou II que perdem 10% de seu peso, entre 3 e 6 meses, já têm grandes melhoras em problemas cardiovasculares e diabetes, por exemplo.
Pular refeições
Quem deixa de comer durante o dia, ou terá um problema de desnutrição ou não conseguirá manter a restrição alimentar até a noite. Então, somando fome, ansiedade e o estresse acumulado do dia-a-dia, aquele que pulou refeições comerá pior, em maior quantidade e mais rápido à noite, um período do dia em que o organismo está programada para armazenar, e não gastar, energia. Além disso, os médicos afirmam que pular refeições não emagrece. Mesmo em busca da perda de peso, todos devem comer de 3 a 5 vezes ao dia.
Contar somente com os remédios
As medicações devem ser receitadas por um médico e encaradas como coadjuvantes do processo de emagrecimento, e não como protagonistas. Elas devem complementar uma alimentação correta e prática de atividades físicas.
Relaxar depois de emagrecer
Uma pessoa que tem tendência a ganhar peso nunca deixará de ser assim, mesmo depois de emagrecer. Então, ela deve se conformar com o fato de que terá que se controlar para o resto da vida. Alcançar a perda de peso ideal não é motivo para deixar de praticar atividade física, comer corretamente e frequentar um médico. Segundo Halpern, as pessoas não devem se acostumar a ganhar um ou dois quilos, mesmo depois de ter emagrecido vinte.
Exagerar nas atividades físicas
Quem sempre foi sedentário ou está desacostumado a fazer exercícios físicos deve começar aos poucos com as atividades. Caminhadas regulares são as práticas mais indicadas para quem está começando. Iniciar as atividades com esportes violentos ou que exijam muito do corpo pode causar lesões e interromper precocemente algo que deveria ser progressivo. Além disso, é perigoso para pessoas com obesidade que geralmente apresentam problemas cardiovasculares.
SISTEMA DIGESTIVO
COMO FUNCIONA A DIGESTÃO?
Em seres vertebrados como nós, o processo de absorção dos alimentos pelo organismo envolve uma complexa engrenagem. É o famoso aparelho ou sistema digestivo.
O sistema digestivo não é apenas um tubo aberto nas duas extremidades com as paredes permeáveis, através das quais os alimentos são assimilados. Pelo contrário, é a sede de um processo extremamente complexo e ordenado que envolve a destruição mecânica e química dos alimentos por etapas determinadas.
Essa combinação de ações mecânicas e químicas altera a estrutura dos alimentos. Qualquer alimento que permaneça sem ser absorvido ou assimilado, passa até o intestino grosso e é excretado como lixo.
A descrição do processo digestivo torna mais fácil de compreender como o nosso sistema digestivo tem sido prejudicado pelos hábitos modernos de alimentação e como a liquidificação pode ajudar a corrigir esses danos fácil e eficazmente.
O sistema ou aparelho digestivo é um tubo longo em que se encontram órgãos como boca, estômago e intestinos provido de comportas e barreiras que abrem e fecham em admirável sincronia, dando o ritmo necessário a cada etapa do processo. Além disso, entram em ação coadjuvantes como o fígado e o pâncreas, responsáveis pela produção de enzimas que ajudam a quebrar a comida mastigada em partículas menores. Nutrientes como carboidratos, gorduras e proteínas contêm moléculas complexas que têm de ser partidas para serem assimiladas por nossas células. Essa tarefa cabe a enzimas chamadas hidrolíticas, porque dividem essas longas cadeias moleculares acrescentando a elas moléculas de água. Cabe a nós não sobrecarregar o aparelho – por isso, é fundamental mastigar bem cada bocado.
“Quando comemos depressa, o estômago perde tempo triturando os pedaços grandes que não foram bem mastigados. Isso retarda a digestão e causa desconforto”, afirma o gastroenterologista Joaquim Prado Moares Filho, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Resta dizer que a ciência médica ainda não compreende totalmente como funciona o chamado sistema nervoso entérico, complexa rede de fibras nervosas que controla toda a movimentação do tubo entre o estômago e os intestinos.
1 – A BOCA
A destruição físico-química dos alimentos começa na boca, com a formação do chamado bolo alimentar.
A destruição física ocorre com a mastigação. A destruição química é indicada pelas glândulas salivares e enzimas presentes na boca.
Os órgãos do olfato e também do paladar ajudam a estimular as três glândulas salivares.
As glândulas salivares secretam mucus e uma enzima digestiva chamada amilase salivar (ptialina).
O mucus molha os alimentos e permite que eles passem facilmente pelo esôfago (tubo que liga a boca ao estômago)
A amilase inicia a digestão química dos carboidratos (amidos, presentes principalmente em massas).
Deixar de mastigar completamente os alimentos torna esta etapa ineficaz e dificulta o trabalho das outras seções do sistema digestivo.
Liquidificar os alimentos supera essa deficiência.
2 – O ESÔFAGO
O esôfago é um tubo com aproximadamente 25 cm de comprimento nos adultos. Ele tem uma participação real no processamento dos alimentos, é uma passagem da boca para o estômago.
O esôfago se contrai e se relaxa progressivamente de modo parecido com o de apertar um tubo de pasta de dentes.
Esses movimentos – chamados peristálticos – levam o alimento ao estômago mesmo com a pessoa de cabeça para baixo. Sua missão é resistir à abrasão de quaisquer partículas alimentares maiores.
Quando bolo alimentar está para entrar no estômago, se abre uma válvula situada no terminal inferior do esôfago: O esfíncter inferior do esôfago. O resto do tempo ele permanece fechado para impedir que o conteúdo estomacal venha tubo acima, o que causaria queimaduras.
Após o alimento passar pelo esfíncter para dentro do estômago, começa a parte principal do processo digestivo.
3. ESTÔMAGO
O estômago é constituído por uma membrana mucosa que contém milhares de glândulas gástricas microscópicas. Essas glândulas secretam ácido clorídrico, enzimas e muco, substâncias que vão compor o que se chama de suco gástrico.
Ao cair no estômago, o bolo alimentar é banhado pelo suco gástrico. Este é um ácido tão forte que queimaria o interior do órgão, não fosse a camada de muco, de cerca de 2 milímetros que o reveste.
A digestão das proteínas começa no estômago, onde duas enzimas- renina e pepsina – decompõe as grandes moléculas em componentes mais simples. Mais tarde, a digestão das proteínas prossegue, sob a ação de outras enzimas – a tripsina no suco pancreático e a peptidase no suco intestinal. Toda molécula de proteína é constituída de muitos aminoácidos, quando essas moléculas são decompostas nos diferentes aminoácidos pelas enzimas, então a digestão das proteínas se completa.
As principais enzimas contidas no suco gástrico são a pepsina (que age nas proteínas) a lipase (que atua nas gorduras). Cerca de três contrações peristálticas por minuto vão misturando o suco gástrico ao bolo alimentar, até deixá-lo cremoso como iogurte.
O fígado produz a bilis, outra substância ácida, com sais que ajudam a quebrar as gorduras. Do pâncreas vem o suco pancreático, que contém mais lipase e amilase (esta, mais concentrada que na saliva).
Os alimentos são mantidos na cavidade estomacal pelo músculo do esfincter piloro (outra válvula do aparelho digestivo), até que esta etapa do processo digestivo termine, isso em média, leva três horas para a maioria dos alimentos. O bolo alimentar então passa através do piloro para o intestino delgado.
4. O INTESTINO DELGADO
A saída do estômago se dá através da válvula piloro. Ela libera aos poucos o bolo para o duodeno, a primeira seção do intestino delgado.
O intestino delgado é constituído por três seções: o duodeno, o jejuno e o íleo.
A maior parte da digestão química, ocorre no duodeno, a primeira seção.
O bolo alimentar que não é de natureza ácida; passa para essa área, na qual um problema relativamente moderno às vezes ocorre: a úlcera duodenal. É geralmente aceito que uma prolongada hiperacidez é uma das principais causas dessas úlceras, além do stress e outros fatores emocionais como ansiedade e principalmente o desgaste causado por alimentos insuficientemente mastigados. A liquidificação dos alimentos pode superar esse problema.
Na segunda seção do intestino delgado, o jejuno, é onde o alimento finalmente começa a ser absorvido. Nesse momento, o organismo libera líquido para facilitar o processo.
Assim como o mucus que forra o estômago, o intestino delgado também contém milhares de glândulas microscópicas que secretam sucos digestivos.
A estrutura multi-pregueada das paredes do intestino delgado é coberta por milhares de pequenos “dedos” chamados vilosidades. Cada uma das vilosidades contém uma rica rede de capilares para absorver os açúcares e aminoáciodos que são os produtos da digestão dos carboidratos e das proteínas.
Como o intestino é pregueado, possui uma enorme superfície que permite uma rápida absorção dos alimentos pelo sangue e pelo sistema linfático.
Cada vilosidade contém um vaso linfático chamado glândula láctea que absorve os lipídeos e materiais gordurosos do bolo alimentar, A vilosidade por sua vez é coberta por células chamadas microvilosidades que aumentam ainda mais a área de absorção dos nutrientes.
Os sucos pancreáticos (produzidos pelo pâncreas) e a bilis (produzida pela fígado) e estocada na vesícula biliar), vão se armazenar no terço médio do duodenoo através dos dutos. Outro problema relativamente moderno que ocorre aí é a icterícia que é o resultado do bloqueio de um ou mais desses dutos. Isto é frequentemente devido à inabilidade de digerir adequadamente os alimentos, de modo que a liquidificação pode ajudar a evitar esse problema, pelo suprimento de alimentos já parcialmente digeridos.
5. O FÍGADO, A VESÍCULA BILEAR E O PÂNCREAS.
A maioria das pessoas não entendem bem a importância desses três órgãos no processo digestivo.
O fígado produz a bílis, que é estocada na vesícula. Pelo fato de que as gorduras se decompõem em grandes glóbulos, estes devem ser quebrados em pequenas partículas capazes de serem absorvidas. Esta é a função da bílis. As gorduras do bolo alimentar desencadeiam secreções do hormônio cholecystokinin, o qual, por sua vez, estimula a contração da vesícula para começar o fluxo de bílis. Este hormônio também estimula a liberação de enzimas pelo pâncreas.
Além da produção de bílis, as células do fígado têm outras importantes funções.
Elas desempenham o papel mais importante no metabolismo de todas as espécies de alimentos, ajudam a manter normal a concentração de glicose no sangue, iniciam os primeiros passos do metabolismo das proteínas e das gorduras e sintetizam várias espécies de componentes proteicos. As células do fígado também ajudam a desintoxicar várias substâncias, como produtos com bactérias e certas drogas. Elas também estocam ferro, vitaminas A, B-12 e D.
O suco pancreático é também muito importante na digestão. Ele contém enzimas que digerem todos as três principais espécies de alimentos – a proteína, a gordura e o amido. Ele também contém sódio, bicarbonato e substância alcalina que neutralizam o suco gástrico. Além disso, o pâncreas é a sede das ilhotas de Langerhans, que são as células que fabricam a insulina.
Muito pouca digestão de carboidratos ocorre na boca ou no estômago, pois, como foi mencionado antes, a maioria de nós absorve os alimentos tão rapidamente que a amilase salivar normalmente tem pouco tempo para fazer seu trabalho e o suco gástrico não possui enzimas necessárias para a digestão dos carboidratos. É quando o alimento chega no intestino delgado que os sucos pancreáticos e intestinais vão digerir esse amido em açúcares.
O processo começa quando a enzima, amilase pancreática, transforma o amido em um açúcar: a maltose.
Então, as três enzimas intestinais – maltase, sucrase e lactase – diferem os açúcares, pela transformação dos mesmos em açúcares simples, principalmente glicose. A maltase digere a maltose (açúcar do malte), a sucarase digere a sacarose (açúcar da cana) e a lactase digere a lactose (açúcar do leite).
A digestão da gordura também não acontece antes do intestino delgado, e ainda sendo o pâncreas envolvido no processo. A lipase gástrica, uma enzima do suco gástrico, faz a digestão de parte da gordura no estômago, mas a maior parte segue não digerida até que a bilis no intestino delgado quebra os grandes glóbulos das gorduras. Então uma enzima pancreática, estepsina ou lipase pancreática decompõe as moléculas em ácidos gordurosos e glicerol (glicerina).
6. O INTESTINO GROSSO
No intestino grosso, qualquer material que tenha escapado da digestão, no intestino delgado será afetado pelas bactérias assim como nutrientes adicionais poderão ser liberados aqui da celulose e outras fibras. As bactérias nesta fase são responsáveis pela síntese da vitamina K - necessária para o tempo normal de coagulação e funções do fígado – e para a produção de algumas das vitaminas do complexo B que, uma vez formadas, são absorvidas pela corrente sanguínea.
Qualquer coisa que não seja absorvida aqui é excretada como lixo e novamente, a liquidificação é útil para este fim, desde que favorece a nutrição que é mais facilmente e completamente absorvida.
Quando o bolo chega ao intestino grosso, ocorre uma grande reabsorção de água pelo organismo. Isso faz com que, a partir daí, ele vá tomando consistência pastosa.
Ao entrar em contato com o colo (ou cólon, seção intestinal entre o íleo e o reto), encontra as bactérias responsáveis pelo mau cheiro do produto final.
As feses são formadas principalmente por celulose (fibra vegetal não digerível), além de células mortas do tubo digestivo, que se regenera constantemente, e outras moléculas grandes demais para serem absorvidas.
Da boca ao orifício final do intestino grosso, o bolo completa uma de cerca de 7,5 metros em um adulto.
7. O METABOLISMO
Metabolismo é o uso que o corpo faz do que foi ingerido, absorvido e canalizado para as células.
Os alimentos são usados de um dos dois modos – ou como uma fonte de energia ou fabricando compostos químicos complexos que habilitam o corpo ao seu diversificado funcionamento. Os alimentos devem ser processados e absorvidos pelas células, e submeter-se a muitas mudanças antes que uma ou outra dessas coisas possam acontecer.
As reações químicas que liberam energia das moléculas alimentares constituem o processo de catabolismo; esta é a única maneira que o corpo tem para suprir-se da energia que necessíta para realizar suas múltiplas funções.
O processo de transformar as moléculas de alimentos num complexo químico de componentes é chamado anabolismo.
Juntos, o catabolismo e o anabolismo constituem o processo chamado metabolismo. A taxa metabólica basal (basal metabólico Rate – BMR) é o número de calorias que deve ser disponibilizada a cada dia, simplesmente para manter um indivíduo vivo e funcionando. Nutrição adicional é necessária para habilitá-lo (ele ou ela) a ter energia para trabalhar e outras atividade. Quanto mais ativo é uma pessoa, mais alimento ele ou ela devem metabolizar
Este é por sí só o melhor argumento para a liquidificação dos alimentos. A liquidificação habilita o corpo a utilizar sua energia ao máximo, por tomar todos os nutrientes facilmente absorvíveis e digeríveis, com o mínimo de esforço da parte do sistema.
Uma vez que nós eliminamos de nossa dieta os alimentos que nos afetam de maneira adversa, e nos acostumemos aos alimentos de alto valor nutricional, teremos pela frente um longo caminho que nos livrará de muitos problemas de saúde que nos têm perturbado e que nós temos aceitado como “parte da vida”.
Quando o corpo recuperar sua saúde, ele produzirá novamente suas próprias enzimas e estará livre de problemas digestivos e poderá ingerir gradualmente uma larga gama de alimentos. Até que isto aconteça poderá haver poucas questões que a liquidificação proposta em meu regime não seja a resposta para aqueles difíceis problemas de assimilação e digestivos e que certamente não mais ocorrerão.
Referência Bibliográfica
THE BLENDING BOOK
De Ann Wigmore e Lee Pattinson; ed. AVERY
Fonte: www.albertobittencourt.com
Em seres vertebrados como nós, o processo de absorção dos alimentos pelo organismo envolve uma complexa engrenagem. É o famoso aparelho ou sistema digestivo.
O sistema digestivo não é apenas um tubo aberto nas duas extremidades com as paredes permeáveis, através das quais os alimentos são assimilados. Pelo contrário, é a sede de um processo extremamente complexo e ordenado que envolve a destruição mecânica e química dos alimentos por etapas determinadas.
Essa combinação de ações mecânicas e químicas altera a estrutura dos alimentos. Qualquer alimento que permaneça sem ser absorvido ou assimilado, passa até o intestino grosso e é excretado como lixo.
A descrição do processo digestivo torna mais fácil de compreender como o nosso sistema digestivo tem sido prejudicado pelos hábitos modernos de alimentação e como a liquidificação pode ajudar a corrigir esses danos fácil e eficazmente.
O sistema ou aparelho digestivo é um tubo longo em que se encontram órgãos como boca, estômago e intestinos provido de comportas e barreiras que abrem e fecham em admirável sincronia, dando o ritmo necessário a cada etapa do processo. Além disso, entram em ação coadjuvantes como o fígado e o pâncreas, responsáveis pela produção de enzimas que ajudam a quebrar a comida mastigada em partículas menores. Nutrientes como carboidratos, gorduras e proteínas contêm moléculas complexas que têm de ser partidas para serem assimiladas por nossas células. Essa tarefa cabe a enzimas chamadas hidrolíticas, porque dividem essas longas cadeias moleculares acrescentando a elas moléculas de água. Cabe a nós não sobrecarregar o aparelho – por isso, é fundamental mastigar bem cada bocado.
“Quando comemos depressa, o estômago perde tempo triturando os pedaços grandes que não foram bem mastigados. Isso retarda a digestão e causa desconforto”, afirma o gastroenterologista Joaquim Prado Moares Filho, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Resta dizer que a ciência médica ainda não compreende totalmente como funciona o chamado sistema nervoso entérico, complexa rede de fibras nervosas que controla toda a movimentação do tubo entre o estômago e os intestinos.
1 – A BOCA
A destruição físico-química dos alimentos começa na boca, com a formação do chamado bolo alimentar.
A destruição física ocorre com a mastigação. A destruição química é indicada pelas glândulas salivares e enzimas presentes na boca.
Os órgãos do olfato e também do paladar ajudam a estimular as três glândulas salivares.
As glândulas salivares secretam mucus e uma enzima digestiva chamada amilase salivar (ptialina).
O mucus molha os alimentos e permite que eles passem facilmente pelo esôfago (tubo que liga a boca ao estômago)
A amilase inicia a digestão química dos carboidratos (amidos, presentes principalmente em massas).
Deixar de mastigar completamente os alimentos torna esta etapa ineficaz e dificulta o trabalho das outras seções do sistema digestivo.
Liquidificar os alimentos supera essa deficiência.
2 – O ESÔFAGO
O esôfago é um tubo com aproximadamente 25 cm de comprimento nos adultos. Ele tem uma participação real no processamento dos alimentos, é uma passagem da boca para o estômago.
O esôfago se contrai e se relaxa progressivamente de modo parecido com o de apertar um tubo de pasta de dentes.
Esses movimentos – chamados peristálticos – levam o alimento ao estômago mesmo com a pessoa de cabeça para baixo. Sua missão é resistir à abrasão de quaisquer partículas alimentares maiores.
Quando bolo alimentar está para entrar no estômago, se abre uma válvula situada no terminal inferior do esôfago: O esfíncter inferior do esôfago. O resto do tempo ele permanece fechado para impedir que o conteúdo estomacal venha tubo acima, o que causaria queimaduras.
Após o alimento passar pelo esfíncter para dentro do estômago, começa a parte principal do processo digestivo.
3. ESTÔMAGO
O estômago é constituído por uma membrana mucosa que contém milhares de glândulas gástricas microscópicas. Essas glândulas secretam ácido clorídrico, enzimas e muco, substâncias que vão compor o que se chama de suco gástrico.
Ao cair no estômago, o bolo alimentar é banhado pelo suco gástrico. Este é um ácido tão forte que queimaria o interior do órgão, não fosse a camada de muco, de cerca de 2 milímetros que o reveste.
A digestão das proteínas começa no estômago, onde duas enzimas- renina e pepsina – decompõe as grandes moléculas em componentes mais simples. Mais tarde, a digestão das proteínas prossegue, sob a ação de outras enzimas – a tripsina no suco pancreático e a peptidase no suco intestinal. Toda molécula de proteína é constituída de muitos aminoácidos, quando essas moléculas são decompostas nos diferentes aminoácidos pelas enzimas, então a digestão das proteínas se completa.
As principais enzimas contidas no suco gástrico são a pepsina (que age nas proteínas) a lipase (que atua nas gorduras). Cerca de três contrações peristálticas por minuto vão misturando o suco gástrico ao bolo alimentar, até deixá-lo cremoso como iogurte.
O fígado produz a bilis, outra substância ácida, com sais que ajudam a quebrar as gorduras. Do pâncreas vem o suco pancreático, que contém mais lipase e amilase (esta, mais concentrada que na saliva).
Os alimentos são mantidos na cavidade estomacal pelo músculo do esfincter piloro (outra válvula do aparelho digestivo), até que esta etapa do processo digestivo termine, isso em média, leva três horas para a maioria dos alimentos. O bolo alimentar então passa através do piloro para o intestino delgado.
4. O INTESTINO DELGADO
A saída do estômago se dá através da válvula piloro. Ela libera aos poucos o bolo para o duodeno, a primeira seção do intestino delgado.
O intestino delgado é constituído por três seções: o duodeno, o jejuno e o íleo.
A maior parte da digestão química, ocorre no duodeno, a primeira seção.
O bolo alimentar que não é de natureza ácida; passa para essa área, na qual um problema relativamente moderno às vezes ocorre: a úlcera duodenal. É geralmente aceito que uma prolongada hiperacidez é uma das principais causas dessas úlceras, além do stress e outros fatores emocionais como ansiedade e principalmente o desgaste causado por alimentos insuficientemente mastigados. A liquidificação dos alimentos pode superar esse problema.
Na segunda seção do intestino delgado, o jejuno, é onde o alimento finalmente começa a ser absorvido. Nesse momento, o organismo libera líquido para facilitar o processo.
Assim como o mucus que forra o estômago, o intestino delgado também contém milhares de glândulas microscópicas que secretam sucos digestivos.
A estrutura multi-pregueada das paredes do intestino delgado é coberta por milhares de pequenos “dedos” chamados vilosidades. Cada uma das vilosidades contém uma rica rede de capilares para absorver os açúcares e aminoáciodos que são os produtos da digestão dos carboidratos e das proteínas.
Como o intestino é pregueado, possui uma enorme superfície que permite uma rápida absorção dos alimentos pelo sangue e pelo sistema linfático.
Cada vilosidade contém um vaso linfático chamado glândula láctea que absorve os lipídeos e materiais gordurosos do bolo alimentar, A vilosidade por sua vez é coberta por células chamadas microvilosidades que aumentam ainda mais a área de absorção dos nutrientes.
Os sucos pancreáticos (produzidos pelo pâncreas) e a bilis (produzida pela fígado) e estocada na vesícula biliar), vão se armazenar no terço médio do duodenoo através dos dutos. Outro problema relativamente moderno que ocorre aí é a icterícia que é o resultado do bloqueio de um ou mais desses dutos. Isto é frequentemente devido à inabilidade de digerir adequadamente os alimentos, de modo que a liquidificação pode ajudar a evitar esse problema, pelo suprimento de alimentos já parcialmente digeridos.
5. O FÍGADO, A VESÍCULA BILEAR E O PÂNCREAS.
A maioria das pessoas não entendem bem a importância desses três órgãos no processo digestivo.
O fígado produz a bílis, que é estocada na vesícula. Pelo fato de que as gorduras se decompõem em grandes glóbulos, estes devem ser quebrados em pequenas partículas capazes de serem absorvidas. Esta é a função da bílis. As gorduras do bolo alimentar desencadeiam secreções do hormônio cholecystokinin, o qual, por sua vez, estimula a contração da vesícula para começar o fluxo de bílis. Este hormônio também estimula a liberação de enzimas pelo pâncreas.
Além da produção de bílis, as células do fígado têm outras importantes funções.
Elas desempenham o papel mais importante no metabolismo de todas as espécies de alimentos, ajudam a manter normal a concentração de glicose no sangue, iniciam os primeiros passos do metabolismo das proteínas e das gorduras e sintetizam várias espécies de componentes proteicos. As células do fígado também ajudam a desintoxicar várias substâncias, como produtos com bactérias e certas drogas. Elas também estocam ferro, vitaminas A, B-12 e D.
O suco pancreático é também muito importante na digestão. Ele contém enzimas que digerem todos as três principais espécies de alimentos – a proteína, a gordura e o amido. Ele também contém sódio, bicarbonato e substância alcalina que neutralizam o suco gástrico. Além disso, o pâncreas é a sede das ilhotas de Langerhans, que são as células que fabricam a insulina.
Muito pouca digestão de carboidratos ocorre na boca ou no estômago, pois, como foi mencionado antes, a maioria de nós absorve os alimentos tão rapidamente que a amilase salivar normalmente tem pouco tempo para fazer seu trabalho e o suco gástrico não possui enzimas necessárias para a digestão dos carboidratos. É quando o alimento chega no intestino delgado que os sucos pancreáticos e intestinais vão digerir esse amido em açúcares.
O processo começa quando a enzima, amilase pancreática, transforma o amido em um açúcar: a maltose.
Então, as três enzimas intestinais – maltase, sucrase e lactase – diferem os açúcares, pela transformação dos mesmos em açúcares simples, principalmente glicose. A maltase digere a maltose (açúcar do malte), a sucarase digere a sacarose (açúcar da cana) e a lactase digere a lactose (açúcar do leite).
A digestão da gordura também não acontece antes do intestino delgado, e ainda sendo o pâncreas envolvido no processo. A lipase gástrica, uma enzima do suco gástrico, faz a digestão de parte da gordura no estômago, mas a maior parte segue não digerida até que a bilis no intestino delgado quebra os grandes glóbulos das gorduras. Então uma enzima pancreática, estepsina ou lipase pancreática decompõe as moléculas em ácidos gordurosos e glicerol (glicerina).
6. O INTESTINO GROSSO
No intestino grosso, qualquer material que tenha escapado da digestão, no intestino delgado será afetado pelas bactérias assim como nutrientes adicionais poderão ser liberados aqui da celulose e outras fibras. As bactérias nesta fase são responsáveis pela síntese da vitamina K - necessária para o tempo normal de coagulação e funções do fígado – e para a produção de algumas das vitaminas do complexo B que, uma vez formadas, são absorvidas pela corrente sanguínea.
Qualquer coisa que não seja absorvida aqui é excretada como lixo e novamente, a liquidificação é útil para este fim, desde que favorece a nutrição que é mais facilmente e completamente absorvida.
Quando o bolo chega ao intestino grosso, ocorre uma grande reabsorção de água pelo organismo. Isso faz com que, a partir daí, ele vá tomando consistência pastosa.
Ao entrar em contato com o colo (ou cólon, seção intestinal entre o íleo e o reto), encontra as bactérias responsáveis pelo mau cheiro do produto final.
As feses são formadas principalmente por celulose (fibra vegetal não digerível), além de células mortas do tubo digestivo, que se regenera constantemente, e outras moléculas grandes demais para serem absorvidas.
Da boca ao orifício final do intestino grosso, o bolo completa uma de cerca de 7,5 metros em um adulto.
7. O METABOLISMO
Metabolismo é o uso que o corpo faz do que foi ingerido, absorvido e canalizado para as células.
Os alimentos são usados de um dos dois modos – ou como uma fonte de energia ou fabricando compostos químicos complexos que habilitam o corpo ao seu diversificado funcionamento. Os alimentos devem ser processados e absorvidos pelas células, e submeter-se a muitas mudanças antes que uma ou outra dessas coisas possam acontecer.
As reações químicas que liberam energia das moléculas alimentares constituem o processo de catabolismo; esta é a única maneira que o corpo tem para suprir-se da energia que necessíta para realizar suas múltiplas funções.
O processo de transformar as moléculas de alimentos num complexo químico de componentes é chamado anabolismo.
Juntos, o catabolismo e o anabolismo constituem o processo chamado metabolismo. A taxa metabólica basal (basal metabólico Rate – BMR) é o número de calorias que deve ser disponibilizada a cada dia, simplesmente para manter um indivíduo vivo e funcionando. Nutrição adicional é necessária para habilitá-lo (ele ou ela) a ter energia para trabalhar e outras atividade. Quanto mais ativo é uma pessoa, mais alimento ele ou ela devem metabolizar
Este é por sí só o melhor argumento para a liquidificação dos alimentos. A liquidificação habilita o corpo a utilizar sua energia ao máximo, por tomar todos os nutrientes facilmente absorvíveis e digeríveis, com o mínimo de esforço da parte do sistema.
Uma vez que nós eliminamos de nossa dieta os alimentos que nos afetam de maneira adversa, e nos acostumemos aos alimentos de alto valor nutricional, teremos pela frente um longo caminho que nos livrará de muitos problemas de saúde que nos têm perturbado e que nós temos aceitado como “parte da vida”.
Quando o corpo recuperar sua saúde, ele produzirá novamente suas próprias enzimas e estará livre de problemas digestivos e poderá ingerir gradualmente uma larga gama de alimentos. Até que isto aconteça poderá haver poucas questões que a liquidificação proposta em meu regime não seja a resposta para aqueles difíceis problemas de assimilação e digestivos e que certamente não mais ocorrerão.
Referência Bibliográfica
THE BLENDING BOOK
De Ann Wigmore e Lee Pattinson; ed. AVERY
Fonte: www.albertobittencourt.com
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.
A prática de atividades físico-desportivas foi e continua a ser uma das constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da atividade física produziu-se de formas diferentes, em função das necessidades sociais e dos objetivos estabelecidos em cada período histórico e civilização: assim, tem sido vista como atividades utilitária que possibilita a sobrevivência; como preparação para a guerra; como meio de invocação religiosa; como jogo ou atividade recreativa e de ócio; como método de educação física para a saúde; ou então como desporto espetáculo e de competição. Hoje em dia, para poder entender o conceito de educação física é conveniente conhecer a influência que as distintas civilizações exerceram sobre ela ao longo dos séculos. Dependendo do seu objetivo, cada cultura estabeleceu um modelo de educação física diferenciado, que em muitas ocasiões ainda perdura.
O valor da educação física na Grécia antiga
Os gregos da Antiguidade conferiram ao exercício físico um papel de grande destaque nos vários âmbitos da vida social, como a educação, na qual a actividade física se complementava com a aquisição de conhecimentos, e a celebração das festas, nas quais os jogos atléticos
helênicos - fundamentalmente os Jogos Olímpicos tiveram especial transcendência. Tanto através da leitura dos grandes clássicos da poesia e da filosofia (Homero, Píndaro, Platão, Aristóteles, etc.) como através dos achados arqueológicos é possível perceber a importância que tiveram a educação física e a prática do desporto numa das grandes civilizações do Mundo Antigo.
A Ilíada, a primeira obra-prima da literatura grega, e a Odisséia (ambas compostas por Homero provavelmente cerca do ano 800 a. C.) contêm inúmeras referências desportivas, como, por exemplo, a realização de jogos fúnebres em honra de personagens ilustres. É muito provável que exista uma relação entre as duas grandes obras homéricas e os Jogos Olímpicos, já que nas suas páginas aparecem quase todas as categorias olímpicas: corridas de carros (as designadas bigas), corridas.. salto, lançamentos do disco e do dardo, luta e pugilato; também existe uma intenção educativa, ao visar a honra e a perfeição ou, em suma, o arete, o ideal humano da virtude.
Quanto ao poeta Píndaro (518-438 a. C.), a sua mensagem educativa baseia-se no engrandecimento do vencedor desportivo, o qual é tomado como exemplo da perfeição; daí que as suas Odes triunfais (Olímpicas, Píticas, Nemeias e istimicas) sejam dedicadas precisamente ) aos vencedores dos vários Jogos.
Exercício Físico para os grandes filósofos
Por outro lado, Platão (427-347 a. C.), que tinha sido um lutador notável, deu grande importância ao desporto na educação dos jovens helenos. Na sua obra 1República defende que a música e a ginástica harmoniosa e simples - por esta ordem - são as duas disciplinas educativas que devem combinar-se para alcançar a perfeição da alma. Desta forma é visível formar jovens equilibrados, que não serão nem brandos nem brutos. Neste caso, trata-se de uma ginástica com objetivos filosóficos e, como tal, oposta ao culto do corpo (aspecto este criticado pelo filósofo de Atenas). O objetivo é impelir a alma para o bem através de um conceito estético e higiênico.
Aristóteles (384-322a. C.) considerava como disciplinas educativas a escrita, a leitura, a ginástica, a música e, por vezes, o desenho. Acreditava que a ginástica era útil porque fomentava o valor, pela sua vertente competitiva, melhorava a saúde (ideia que o afastava do seu mestre Platão ) e aumentava a força, protótipo das qualidades físicas. É curioso constatar como o grande filósofo de Estagira já alertava na sua época contra o perigo da especialização precoce e da busca prematura de campeões a qualquer preço (um tema tão em voga atualmente). Segundo ele, as crianças não deviam realizar treinos duros antes da puberdade, nem nos três anos seguintes, uma vez que isso prejudicava o seu desenvolvimento biológico; e lembrava que eram muito poucos os desportistas que, tendo sido destacados na idade juvenil, conseguiram ser depois campeões olímpicos.
Pelo contrário, os Espartanos (Lacedemônios ou Lacônios) eram a favor de submeter as crianças a intensivos treinos.
Esparta versus Atenas: dois Conceitos de Educação Física
A Educação Física desempenhava um papel fundamental no sistema educativo grego, pois fazia parte do ansiado equilí- harmônico entre as aptidões físicas e intelectuais. No entanto, convém estabelecer uma distinção entre dois conceitos opostos da educação física: a arcaico-aristocrática de Esparta e a clássico-democrática de Atenas.
A mentalidade espartana, fundamentalmente guerreira, orientava a educação física das crianças para o combate. Assim desde muito pequenos, tanto meninos como meninas recebiam em Esparta uma dura preparação física, na qual até se utilizava a crueldade. Já aos 7 anos de idade eram separados dos seus pais e passavam a depender exclusivamente do Estado. Só as crianças de compleição forte eram consideradas dignas de receber educação; as débeis eram excluídas ou mesmo assassinadas. Os jovens exercitavam-se fora da cidade, no dromos (Iugar para correr), ou, dentro dos seus limites, na palestra (recinto para a luta). Esparta foi a grande dominadora nas primeiras edições dos Jogos Olímpicos (sendo os velocistas especialmente admirados), mas com o passar do tempo a participação foi diminuindo, já que praticamente o seu único interesse radicava em preparar-se para a guerra.
Pelo contrário, em Atenas, o conceito educação física era muito diferente.Desde os 14 anos, os rapazes exercitavam-se num recinto privado, a citada palestra, onde, sob os sábios conselhos do pedótriba, praticavam salto, disco, dardo, solos (espécie de lançamento de peso),acrobacias, danças, etc.; inclusive existia uma teoria do treino, na qual se aplicavam os princípios da especificidade e individualização. Não são poucos os exercícios praticados naquela época que coincidem ainda com os da educação fisica escolar atual. Também existiam diversos sistemas de treino, cada vez mais especializados, bem como uma parte destinada ao aquecimento no início de cada sessão.
O pedótriba dirigia a instrução na palestra e era ajudado pelos alunos mais velhos. Utilizava sistemas de ensino autoritários baseados no «certo-errado». Cumpridos os 18 anos, o jovem passava para o colégio dos efebos e, a partir de então, o Estado encarregava-se da sua educação. Após a sua passagem pela palestra, os jovens atenienses dirigiam-se aos ginásios, que viveram uma época de esplendor a partir do século IV a. C.
O ambiente dos ginásios culturalmente não podia ser melhor: eram utilizados para a preparação física dos efebos e dos atletas, exibiam obras dos melhores artistas (que tinham como modelos os próprios atletas) e reuniam os filósofos, que precisamente ali ensinavam as suas doutrinas (como Platão na Academia e Aristóteles no Liceu, dois dos principais ginásios atenienses). O ginasiarca encarregava-se de dirigir o ginásio, e o ginaste, treinador, ensinava os exercícios físicos. Este último tinha também uma formação completa em medicina, fisiologia e dietética.
O papel complementar dos jogos tradicionais
Além do desporto e da educação física; os Gregos desfrutavam também dos jogos, não incluídos nos festivais de atletismo, que serviam para ocupar as horas de descanso e de ócio. Entre eles encontram-se inúmeros jogos tradicionais que, de uma forma ou de outra, perduraram até aos nossos dias; por exemplo: berlinde, aro, pião, macaca, balouço, tabas, saltar ao eixo, andar «a cavalo" com o colega, o ioiô, jogos de azar com dados, jogos de bola, etc. A progressiva decadência da educação física na Grécia antiga surgiu a partir da crescente influência exercida pelos filósofos sofistas, que se centravam exclusivamente na educação intelectual, em detrimento da cultura física.
Decadência da educação física em Roma
Em Roma, tanto na época republicana como na imperial, quebrou-se o conceito integral da educação física, que se limitou a uma ginástica higiênica e de saúde em termas e palestras. A preparação física só fazia parte da instrução dos soldados a partir dos 14 anos. Cultivava-se o pragmatismo e desejava-se a beleza, a técnica e o prazer desportivo. Ao contrário do que tinha sucedido na Grécia, no mundo romano primava o jovem como espectador dos grandes espetáculos do circo (Iudi) e do anfiteatro (munera), cada vez mais populares e numerosos. Desvinculados do caráter religioso que tiveram na civilização helênica, estes espetáculos adquiriram uma função política, sobretudo sob o Império. De fato, já no ano 105 a. C., durante a República, o Senado instituiu oficialmente o combate de gladiadores como espetáculo nacional. No cenário do anfiteatro os gladiadores profissionais enfrentavam-se entre si (mirmilões, reciários, trácios, samnitas), ou então contra as feras, embora também houvesse lutas entre animais. Tudo isto com uma crueldade extrema e com um final que normalmente significaria a morte de um dos combatentes. Existiam escolas de treino de gladiadores, que frequentemente eram presos ou escravos, mas também homens livres em busca de fama. Estas lutas terminaram no século IV d. C. com o Edicto de Milão. Entre o público romano, também tiveram grande continuidade as corridas de carros (sobretudo, as quadrigas, puxadas por quatro cavalos e conduzidas pelos aurigas) que se realizavam nos circos (como o Máximo, cuja etapa de esplendor se situa entre os séculos I a. C. e I d. C.), num percurso aproximado de quatro quilômetros.
Idade Média: a crise do exercício físico
Uma vez desaparecida a ginástica higiênica, o único vislumbre de preparação física intensa durante o período medieval foi a levada a cabo pelo cavaleiro feudal, orientada para a guerra, torneios e justas. A crise que a educação física atravessou durante o longo período que vai do século VI ao século XIV deveu-se fundamentalmente ao espiritualismo imposto pela Igreja, que procurava prioritariamente a saúde (ou salvação) da alma, condenava o orgulho da vida terrena e menosprezava toda a atividade físico-desportiva. O fato de o cristianismo associar, em geral, a barbárie dos espetáculos romanos, onde os crentes tinham sido objeto de inúmeros sacrifícios sob o Império Romano, à atividade física de caráter lúdico influenciou de forma negativa a imagem do desporto. Assim, o atletismo, por exemplo, que tinha sido a base da educação física na Grécia antiga, praticamente desapareceu na Idade Média.
Por isso, como expoente quase único da educação física pode citar-se o treino que os jovens recebiam para se tornarem cavaleiros, depois de passarem, desde crianças, pelas categorias de pajem e escudeiro. Na sua preparação aprendiam esgrima, equitação, tiro, luta, natação e outras habilidades físicas. A concreção dos ideais de cavalaria tinha como marco as justas (confrontos entre dois cavaleiros) e torneios (verdadeiras batalhas que dois grupos de cavaleiros enfrentavam). Também adquiriram grande importância os jogos de bola, sobretudo a palma e a sou/e.
A actividade física na América pré-colombiana
Nas culturas mesoamericanas pré-colombianas (olmecas, maias, astecas, etc.), os jogos de bola, com as suas distintas variantes, adquiriram uma grande importância social e, inclusive, faziam parte das cerimônias rituais mais vastas. Tanto os restos arqueológicos como as fontes escritas certificam a existência de jogos nos quais se golpeava a bola de diversas formas e, nalguns casos, devia-se fazê-la passar por um orifício feito no centro de uma pedra grande. Existem restos de inúmeras canchas (campos destinados a jogos), como na cidade de Chichén-ltzá ou na península do Yucatán (Maias) e em Tenochtitlan, a grande cidade dos Astecas, fundada no vale do México no ano
de 1325. Também as mulheres participavam nos jogos de bola. Dada a importância destes jogos e a grande habilidade que
os jogadores demonstravam, supõe-se que existiu uma preparação ou ensino desde a idade juvenil.
Renascimento e Humanismo
Após a Idade Média, o interesse que despertou a cultura clássica fez com que a educação física voltasse a ser apreciada no Renascimento e, sobretudo, pelo humanismo, a partir do século XVI. Influenciado por Petrarca e Rabelais, o médico humanista Jeronimus Mercurialis publicou em 1569 Arte Ginástica, obra na qual recuperou a teoria da ginástica greco-romana, sobretudo no sentido do exercício físico para a saúde. A atividade física orientou-se basicamente para a vertente higiênica, em detrimento da formação de atletas (aspecto que não se recuperaria até finais do século XIX). Baltasar de Castiglione, na sua obra O Cortesão, traçou a imagem do perfeito cavalheiro renascentista, incluindo inúmeras referências à educação física, que estava incluída no conceito de educação integral e servia para a expressão da personalidade do indivíduo.
Bases da educação física moderna
A partir do século XVIII, o Século das Luzes, apareceram inúmeros filósofos, pedagogos e pensadores que fixaram as bases da educação física moderna e influenciaram as escolas e sistemas posteriores. Assim, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), influenciado por John Locke, é o precursor da pedagogia contemporânea. Na sua obra Emílio expôs as suas teorias, baseadas na educação da criança em contacto com a natureza, espontânea e autodidata. A educação física adquiriu grande relevância através de um método de aprendizagem indutivo («quanto mais fosse a atividade física, maior seria a aprendizagem»); também prestou grande atenção à psicologia evolutiva e ao respeito pelas leis naturais de desenvolvimento da criança, princípios muito valorizados atualmente. Segundo Rousseau, a criança, até aos 12 anos, devia realizar exercícios de educação sensorial: equilíbrios, habilidades manuais, orientação, etc. Este grande pensador de origem suíça influenciou decisivamente uma série de filósofos e pedagogos, tanto contemporâneos como posteriores, entre os quais cabe destacar Bassedow, Kant, Pestalozzi e Amorós.
Bassedow (1723-1790) foi um destaca- do representante da pedagogia da ilustração e do racionalismo e precursor da educação física alemã, devido às suas influências sobre Muths e Jahn. Defendeu a importância da educação física e levou as suas teorias à prática na Escola Philantropinum (criada em 1774), primeira escola na Alemanha onde os exercícios físicos fizeram parte do programa escolar. A sua didática estabeleceu a progressão do simples ao complexo e do parcial ao total.
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) dividiu a educação em física e prática. Mas o seu conceito da primeira incluía não só o desenvolvimento das qualidades físicas, como também componentes psíquicos, o desenvolvimento da inteligência, da memória, do caráter, da atenção, etc. O seu rigor pedagógico favoreceu o jogo com finalidade educativa, para fortalecer a criança e educar os seus sentidos.
O suíço Giovanni E. Pestalozzi (1746- 1827), autor de inúmeras obras, matizou muitas ideias de Rousseau. Defendia a figura do mestre e a educação da criança na família e na sociedade (sem isolá-Ia na natureza, como aquele propunha). Visto que procurava o desenvolvimento harmônico dos diferentes âmbitos do ser humano, concedeu muita importância à educação física (duas horas por dia), tanto à natural e instintiva como à planificada e sistemática, ginástica elementar dada pelo educador. O cuidado da higiene, os passeios nas horas das aulas, os jogos desportivos e a atenção às necessidades de cada criança também fazem parte das suas teorias. É o precursor da ginástica analítica.
Francisco de Paula Amorós y Ondeano, marquês de Sotelo (1770-1848), instruído e afrancesado, foi um dos precursores da educação física em Espanha, ao criar e dirigir o Instituto Pestalozziano de Madrid; perseguido durante a repressão o absolutista que teve lugar após a Guerra Peninsular, teve de exilar-se em França. Em Paris dirigiu o Ginásio Normal Militar, instituição a partir da qual difundiu as suas teorias inclusive no âmbito civil. Influenciado pelas ideias de Rousseau, Muths e dos círculos militares, estabeleceu um programa de educação física militarista, pouco pedagógico e de difícil execução, com inúmeros exercícios acrobáticos. Os seus objetivos eram a saúde, o prolongamento da vida, o aperfeiçoamento das faculdades físicas, a melhoria da espécie e virtudes raciais, e concedeu muita importância à concorrência de todos os sentidos.
A escola alemã
Na escola de ginástica alemã' destaca-se a figura de Guts Muths (1759-1839). Muths desenvolveu um método sistemático de educação física, reunido na sua obra A Ginástica da Juventude. Dividiu o seu sistema de exercícios em fundamentos de força (saltos, corridas, luta), de agilidade (natação, lançamentos, escalada, balanços, equilíbrio) e para a harmonia (dança, marcha, ginástica). Os seus objetivos didáticos eram conseguir uma educação integral. O jogo devia ser planificado, com objctivos lógicos. Nas suas teorias primavam o individualismo, a falta de livre iniciativa do aluno, a competitividade, a obsessão pelas marcas e pelos resultados. Muths influenciou o desporto moderno e a exaltação de sentimentos patrióticos através do exercício físico.
Seguindo os passos de Johann G. Fichte. pai do idealismo alemão, Fried- rich Jahn (1778-1852) manteve umas fortes
convicções nacionalistas que o levaram a desenvolver, entre 1811 e 1819, o seu sistema de ginástica. Entendia que a ginástica, os exercícios, os jogos e as competições deviam servir para devolver a força e o vigor da alma, e isso era o que, segundo o seu ponto de vista, o povo germânico necessitava. O seu sistema, o Turnkunst, reunido na sua Cultura Ginástica Alemã (1816), incluía jogos violentos, corridas, saltos, luta, barra fixa, paralelas, o primeiro salto de cavalo, etc. Professor de educação física em Berlim, Jahn foi um revolucionário que originou forte polêmica na sua época, e cujas ideias o levaram mesmo à prisão. A evolução do seu sistema conduziu-o à ginástica desportiva.
Os sistemas analíticos: a ginástica sueca
O sistema de ginástica sueca teve grande repercussão em todo o mundo até à segunda metade do século xx, tanto na educação física escolar como na formação de caráter militar. O seu criador foi P. E. Ling (1776-1839), que, ao contrário de Jahn, ficou bem visto pelos círculos de poder. Homem de vasta cultura, Ling idealizou uma ginástica com objetivos higiênicos e médicos, de saúde e reabilitação, e em 1813 fundou o Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo, onde aplicou as suas teorias.
O sistema sueco baseia-se num trabalho analítico, bastante rígido, com um desenvolvimento harmônico de todo o corpo, exercícios simétricos moderados e de fácil compreensão, realizados com uma dificuldade progressiva e, de preferência, sem aparelhos, em pé e obedecendo a uma voz, embora também existam alguns exercícios com aparelhos simples: cambalhotas, suspensões, equilíbrios, etc. Tudo isso se apoiava no estudo de base biológica das formas e efeitos dos exercícios; trata-se de uma ginástica "para todos os públicos». Hjalmar Ling (1820-1866) foi o seguidor e sistematizador das ideias do seu pai e centrou-se no âmbito infantil. Seguindo critérios fisiológicos, a aula de ginástica dividia-se em aquecimento, parte fundamental e relaxamento. Esta divisão utiliza-se ainda hoje, se bem que também se fale em parte inicial, principal e final.
A ginástica neo-sueca (Thulin, Falk, Bjôrkesten) surgiu durante a década de 40 como reação ao estatismo proposto pela ginástica idealizada por Ling. Esta nova modalidade utilizava o ritmo na execução de diversos exercícios que se podem ligar e incluem balanços e acrobacias. Posteriormente acrescentou-se também a expressividade e eliminou-se a vertente de formação militar.
Os sistemas naturais
A partir dos princípios expostos por Rousseau, Pestalozzi, Amorós, Muths e Demeny, ao longo dos séculos XIX e XX desenvolveram-se diversos sistemas naturais, de entre os quais se distinguem fundamentalmente dois: o método natural de George Hebert (1875-1956) e a ginástica natural escolar austríaca. O primeiro desenvolveu-se em França, em contraposição à ginástica analítica sueca. Foi apresentado em Paris em 1913 e tinha como objetivo o desenvolvimento físico integral mediante atividades naturais do ser humano: marcha, corrida, salto, lançamento, quadrupedia, cambalhota, pesos, equilíbrio, luta, natação, dança, etc. Essas atividades realizavam-se ao ar livre, procurando incidir no desenvolvimento cardiovascular e pulmonar. Estes sistemas partem de uma concepção integral do indivíduo e apresentam um forte caráter pedagógico.
No início do século XX, Margarette Streicher e Karl Gaulhofer idealizaram a ginástica escolar austríaca, na qual recolheram distintos aspectos das escolas surgidas anteriormente: assim, por exemplo, do sistema de Jahn, os aparelhos; da ginástica sueca, o aspecto postural e higiênico; do método natural de Hebert, as atividades naturais; de Dalcroze, o valor do ritmo; e dos incipientes desportos que começavam a proliferar na Grã-Bretanha, o seu aspecto lúdico. O resultado consistiu em sessões de educação física muito completas, de quase 50 minutos, que incluíam uma fase de animação, outra de trabalho postural, para continuar com jogos, desportos, danças, acrobacias, e finalizar com exercícios de relaxamento. Streicher e Gaulhofer relacionaram os exercícios físicos, como agentes educativos, com as necessidades globais da criança. O método natural escolar austríaco foi atualizado durante a década de 70 por Gerard Schmidt, que respeitou a forma natural de as crianças Se expressarem através do jogo e se interessou pelo seu próprio desenvolvimento evolutivo; incidiu sobre um trabalho multilateral, contrário à especialização, e defendeu o ecologismo na educação física.
O movimento desportivo
Com Thomas Arnold (1795-1842) produziu-se uma autêntica revolução na Grã-Bretanha que logo se estendeu por todo o mundo ao introduzir o desporto nos centros educativos; juntaram-se os valores positivos e formativos do desporto, estabelecendo-se uma estreita relação entre o professor e o aluno. O auge desportivo do século XIX, propiciado também pela iniciativa de Pierre de Coubertin (1863-1937), que restaurou os Jogos Olímpicos e defendeu a prática desportiva na escola, e a sua decisiva importância na sociedade do século XX consolidaram o desporto como um bloco fundamental dos conteúdos da educação física.
Os sistemas rítmicos: da dança à aeróbica
Os precursores dos sistemas rítmicos foram Jean Georges Noverre (século XVIII) e François Delsarte (século XIX), e o seu expoente máximo, já no século XX, Jacobo Dalcroze (1885-1950), que aplicou a música à educação física e estudou o ritmo corporal. Também trabalhou a preparação física, a correcção da postura, o desenvolvimento da imaginação, espontaneidade, etc. A evolução deste sistema levou à ginástica rítmica desportiva.
Dentro dos sistemas rítmicos também se devem citar a ginástica expressiva de Isadora Duncan, a ginástica moderna de Rudolf Bode e a aplicação desta no campo masculino por parte do argentino Alberto Dallo. Os novos sistemas rítmicos são representados pelo gim-jazz (originário da Dinamarca) e pela aeróbica (cujo precursor foi Kenneth H. Cooper, nos Estados Unidos). Desenvolvidos nos últimos trinta anos do século XX, deram lugar a outras modalidades: step, funky; body pump, aquaeróbica, etc., que foram incluídas nas programações de educação física escolar.
Escola Nova e pedagogia americana
A Escola Nova é um movimento pedagógico de reação contra a escola tradicional que acentua a atividade da criança, tornada no centro da escola. A educação física, portanto, desempenha um importante papel nestas teorias. Entre os seus principais representantes destaca-se a italiana Maria Montessori (1870-1952), com a sua teoria da psicomotricidade, e o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952), que defendeu os campos de desporto como cenário de uma educação adequada para a vida. Influenciados por este último, apareceram três métodos da pedagogia americana: o método dos projetos (Kilpatrick), o plano Dalton (Parkhurst) e o sistema Winnetka (Washburne), os quais propiciaram muitos dos modelos de ensino utilizados hoje em todo o mundo: a atribuição de tarefas, o ensino recíproco, o ensino programado, a descoberta guiada, a resolução de problemas, etc.
Educação física do século XXI
As escolas, sistemas e movimentos evoluíram e avançaram para a educação física do século XXI, que tem como principal característica a sua consolidada inclusão no programa educativo de todo o mundo, enquanto elemento fundamental de uma educação integral. Porque, tal como dizia o espanhol José María Cagigal, a educação física «é, antes do mais, educação». Assim, a educação física do novo milênio colabora na formação de uma pessoa íntegra, procura o seu desenvolvimento psicomotor e fomenta a qualidade de vida através do exercício físico e do desporto; prepara o ser humano para as exigências que a sociedade lhe apresenta e desenvolve a sua criatividade e personalidade. Graças à educação física atual, democrática e integradora, as atividades físico-desportivas irão tornar-se numa forma de ser, em companheiras inseparáveis no decorrer de toda a sua vida.
ATIVIDADE FÍSICA É SINÔNIMO DE VIDA LONGA
Sedentarismo, assim como o tabagismo e a hipertensão arterial compõem os fatores de risco causadores de problemas cardiovasculares
A inatividade física (sedentarismo), assim como o tabagismo, a hipertensão arterial e o colesterol elevado compõem os fatores de risco causadores de importantes problemas cardiovasculares, que representam as principais preocupações no campo de saúde atualmente. A idéia da relação entre atividade física e saúde não é recente: foi mencionada pelos filósofos gregos e romanos há centenas de anos.
Entretanto, somente a partir dos anos 50, ao se pesquisar quais doenças atingiam os funcionários aposentados, da companhia de ônibus (motoristas) de Londres, comparadas com os dos correios, concluiu-se que os motoristas tinham o dobro de doenças do coração do que os carteiros. Hoje sabemos que o baixo nível de atividade física é um importante fator no desenvolvimento de doenças crônico degenerativas, como obesidade, diabetes tipo II, hipertensão arterial, angina/infarto do miocárdio, osteoporose, câncer de mama e do reto.
Inversamente, a atividade física pode reduzir o risco de desenvolvimento dessas doenças crônicas, além de aumentar a expectativa de vida e evidente melhor controle do peso corporal. Constatações recentes têm demonstrado que estes benefícios ocorrem mesmo entre os indivíduos sedentários ou incapacitados e que se tornaram mais ativos. Além dos idosos, que passaram a ter uma vida fisicamente independente, com menor risco de quedas, melhor estado de humor, aliviando os freqüentes sintomas de depressão e ansiedade, enfim elevando os padrões de saúde e qualidade de vida dessa crescente população.
Avaliações dos RH (recursos humanos) de empresas que adotaram programas de atividade física por alguns minutos, durante o trabalho para seus funcionários, mostraram redução na falta ao trabalho, nos custos médicos e com aumento na produtividade. Evidências científicas têm reforçado que um estilo de vida ativo desde a infância traz vários benefícios desde melhor rendimento escolar, menos faltas às aulas, até melhora no relacionamento com os pais e aumento da responsabilidade em geral.
MOTIVOS PARA ESPREGUIÇAR TODOS OS DIAS
O hábito de se espreguiçar lubrifica as articulações, afasta dores de cabeça, preserva a flexibilidade e libera endorfina.
O despertador toca e o barulho estridente atravessa o cérebro, tirando você do descanso profundo. Muitas vezes, a rotina atrapalhada faz com que saltemos da cama num pique só, deixando passar batido um pequeno prazer: espreguiçar-se. Só que uma boa esticada é, além de deliciosa, uma grande amiga da saúde.
Conheça sete motivos para você tornar o movimento um hábito indispensável no seu dia a dia.
1. Acorda o cérebro
"Ao dar aquela espreguiçada, os músculos se esticam e sua circulação sanguínea é ativada, mandando uma mensagem de alerta para cérebro", explica o ortopedista Fabio Ravaglia. Isso que ajuda a dar "aquele gás" na disposição, mesmo que seja uma segunda-feira cinzenta e cheia de trabalho pela frente.
2. Dá mais prazer
Fabio explica que o ato de se espreguiçar libera endorfinas através dos músculos, hormônios neurotransmissores que são responsáveis pela sensação de bem-estar. Outro hormônio, a serotonina, também é liberada nesse processo, o que ajuda também a ativar a memória e a dar mais disposição ao corpo.
3. Afasta dores de cabeça
O tipo mais comum de dor de cabeça é a cefaleia tensional que, entre outras coisas, pode ser causada pela tensão muscular, afirma o especialista. Sendo assim, espreguiçar ajuda a mandar a dor embora, pois os músculos distensionados enviam informações de que o cérebro também pode relaxar.
4. Lubrifica as articulações
Nossas articulações possuem o chamado líquido sinovial, cuja função é auxiliar na lubrificação das articulações, ou seja, auxiliar o bom funcionamento delas. Para mantê-lo em bons níveis, o alongamento dos músculos é fundamental, por isso, espreguiçar é uma maneira boa de deixar as articulações em ordem.
5. Deixa o corpo de jovem
A partir da adolescência, começamos a perder a flexibilidade. Por falta de alongamento, problemas de coluna e joelhos começam, cada vez mais, a aparecer nos jovens. Espreguiçar-se é uma forma de alongar e preservar a flexibilidade.
6. Reduz riscos de lesões
Se você é o famoso "esportista de final de semana", com certeza, sabe que antes daquela partida de futebol ou de umas braçadas na piscina é preciso fazer um bom alongamento. Entretanto, é importante que você estenda essa prática ao dia a dia, para evitar os problemas típicos desse hábito. "Espreguiçar deve ser um hábito diário, realizado pela manhã e à noite", diz o ortopedista.
7. Alivia a fibromialgia
Fabio explica que é cientificamente comprovado que para os portadores da fibromialgia (a doença em que o paciente apresente uma condição de dor generalizada e crônica). Espreguiçar-se pode trazer um bom alívio às dores, pois o alongamento da musculatura de todo o corpo ajuda a minimizar a tensão acumulada nas articulações.
Tudo começou quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, fugir ou caçar para sobreviver. Assim o homem à luz da ciência executa os seus movimentos corporais mais básicos e naturais desde que se colocou de pé: corre, salta, arremessa, trepa, empurra, puxa e etc.
A prática de atividades físico-desportivas foi e continua a ser uma das constantes do comportamento humano. A manifestação cultural da atividade física produziu-se de formas diferentes, em função das necessidades sociais e dos objetivos estabelecidos em cada período histórico e civilização: assim, tem sido vista como atividades utilitária que possibilita a sobrevivência; como preparação para a guerra; como meio de invocação religiosa; como jogo ou atividade recreativa e de ócio; como método de educação física para a saúde; ou então como desporto espetáculo e de competição. Hoje em dia, para poder entender o conceito de educação física é conveniente conhecer a influência que as distintas civilizações exerceram sobre ela ao longo dos séculos. Dependendo do seu objetivo, cada cultura estabeleceu um modelo de educação física diferenciado, que em muitas ocasiões ainda perdura.
O valor da educação física na Grécia antiga
Os gregos da Antiguidade conferiram ao exercício físico um papel de grande destaque nos vários âmbitos da vida social, como a educação, na qual a actividade física se complementava com a aquisição de conhecimentos, e a celebração das festas, nas quais os jogos atléticos
helênicos - fundamentalmente os Jogos Olímpicos tiveram especial transcendência. Tanto através da leitura dos grandes clássicos da poesia e da filosofia (Homero, Píndaro, Platão, Aristóteles, etc.) como através dos achados arqueológicos é possível perceber a importância que tiveram a educação física e a prática do desporto numa das grandes civilizações do Mundo Antigo.
A Ilíada, a primeira obra-prima da literatura grega, e a Odisséia (ambas compostas por Homero provavelmente cerca do ano 800 a. C.) contêm inúmeras referências desportivas, como, por exemplo, a realização de jogos fúnebres em honra de personagens ilustres. É muito provável que exista uma relação entre as duas grandes obras homéricas e os Jogos Olímpicos, já que nas suas páginas aparecem quase todas as categorias olímpicas: corridas de carros (as designadas bigas), corridas.. salto, lançamentos do disco e do dardo, luta e pugilato; também existe uma intenção educativa, ao visar a honra e a perfeição ou, em suma, o arete, o ideal humano da virtude.
Quanto ao poeta Píndaro (518-438 a. C.), a sua mensagem educativa baseia-se no engrandecimento do vencedor desportivo, o qual é tomado como exemplo da perfeição; daí que as suas Odes triunfais (Olímpicas, Píticas, Nemeias e istimicas) sejam dedicadas precisamente ) aos vencedores dos vários Jogos.
Exercício Físico para os grandes filósofos
Por outro lado, Platão (427-347 a. C.), que tinha sido um lutador notável, deu grande importância ao desporto na educação dos jovens helenos. Na sua obra 1República defende que a música e a ginástica harmoniosa e simples - por esta ordem - são as duas disciplinas educativas que devem combinar-se para alcançar a perfeição da alma. Desta forma é visível formar jovens equilibrados, que não serão nem brandos nem brutos. Neste caso, trata-se de uma ginástica com objetivos filosóficos e, como tal, oposta ao culto do corpo (aspecto este criticado pelo filósofo de Atenas). O objetivo é impelir a alma para o bem através de um conceito estético e higiênico.
Aristóteles (384-322a. C.) considerava como disciplinas educativas a escrita, a leitura, a ginástica, a música e, por vezes, o desenho. Acreditava que a ginástica era útil porque fomentava o valor, pela sua vertente competitiva, melhorava a saúde (ideia que o afastava do seu mestre Platão ) e aumentava a força, protótipo das qualidades físicas. É curioso constatar como o grande filósofo de Estagira já alertava na sua época contra o perigo da especialização precoce e da busca prematura de campeões a qualquer preço (um tema tão em voga atualmente). Segundo ele, as crianças não deviam realizar treinos duros antes da puberdade, nem nos três anos seguintes, uma vez que isso prejudicava o seu desenvolvimento biológico; e lembrava que eram muito poucos os desportistas que, tendo sido destacados na idade juvenil, conseguiram ser depois campeões olímpicos.
Pelo contrário, os Espartanos (Lacedemônios ou Lacônios) eram a favor de submeter as crianças a intensivos treinos.
Esparta versus Atenas: dois Conceitos de Educação Física
A Educação Física desempenhava um papel fundamental no sistema educativo grego, pois fazia parte do ansiado equilí- harmônico entre as aptidões físicas e intelectuais. No entanto, convém estabelecer uma distinção entre dois conceitos opostos da educação física: a arcaico-aristocrática de Esparta e a clássico-democrática de Atenas.
A mentalidade espartana, fundamentalmente guerreira, orientava a educação física das crianças para o combate. Assim desde muito pequenos, tanto meninos como meninas recebiam em Esparta uma dura preparação física, na qual até se utilizava a crueldade. Já aos 7 anos de idade eram separados dos seus pais e passavam a depender exclusivamente do Estado. Só as crianças de compleição forte eram consideradas dignas de receber educação; as débeis eram excluídas ou mesmo assassinadas. Os jovens exercitavam-se fora da cidade, no dromos (Iugar para correr), ou, dentro dos seus limites, na palestra (recinto para a luta). Esparta foi a grande dominadora nas primeiras edições dos Jogos Olímpicos (sendo os velocistas especialmente admirados), mas com o passar do tempo a participação foi diminuindo, já que praticamente o seu único interesse radicava em preparar-se para a guerra.
Pelo contrário, em Atenas, o conceito educação física era muito diferente.Desde os 14 anos, os rapazes exercitavam-se num recinto privado, a citada palestra, onde, sob os sábios conselhos do pedótriba, praticavam salto, disco, dardo, solos (espécie de lançamento de peso),acrobacias, danças, etc.; inclusive existia uma teoria do treino, na qual se aplicavam os princípios da especificidade e individualização. Não são poucos os exercícios praticados naquela época que coincidem ainda com os da educação fisica escolar atual. Também existiam diversos sistemas de treino, cada vez mais especializados, bem como uma parte destinada ao aquecimento no início de cada sessão.
O pedótriba dirigia a instrução na palestra e era ajudado pelos alunos mais velhos. Utilizava sistemas de ensino autoritários baseados no «certo-errado». Cumpridos os 18 anos, o jovem passava para o colégio dos efebos e, a partir de então, o Estado encarregava-se da sua educação. Após a sua passagem pela palestra, os jovens atenienses dirigiam-se aos ginásios, que viveram uma época de esplendor a partir do século IV a. C.
O ambiente dos ginásios culturalmente não podia ser melhor: eram utilizados para a preparação física dos efebos e dos atletas, exibiam obras dos melhores artistas (que tinham como modelos os próprios atletas) e reuniam os filósofos, que precisamente ali ensinavam as suas doutrinas (como Platão na Academia e Aristóteles no Liceu, dois dos principais ginásios atenienses). O ginasiarca encarregava-se de dirigir o ginásio, e o ginaste, treinador, ensinava os exercícios físicos. Este último tinha também uma formação completa em medicina, fisiologia e dietética.
O papel complementar dos jogos tradicionais
Além do desporto e da educação física; os Gregos desfrutavam também dos jogos, não incluídos nos festivais de atletismo, que serviam para ocupar as horas de descanso e de ócio. Entre eles encontram-se inúmeros jogos tradicionais que, de uma forma ou de outra, perduraram até aos nossos dias; por exemplo: berlinde, aro, pião, macaca, balouço, tabas, saltar ao eixo, andar «a cavalo" com o colega, o ioiô, jogos de azar com dados, jogos de bola, etc. A progressiva decadência da educação física na Grécia antiga surgiu a partir da crescente influência exercida pelos filósofos sofistas, que se centravam exclusivamente na educação intelectual, em detrimento da cultura física.
Decadência da educação física em Roma
Em Roma, tanto na época republicana como na imperial, quebrou-se o conceito integral da educação física, que se limitou a uma ginástica higiênica e de saúde em termas e palestras. A preparação física só fazia parte da instrução dos soldados a partir dos 14 anos. Cultivava-se o pragmatismo e desejava-se a beleza, a técnica e o prazer desportivo. Ao contrário do que tinha sucedido na Grécia, no mundo romano primava o jovem como espectador dos grandes espetáculos do circo (Iudi) e do anfiteatro (munera), cada vez mais populares e numerosos. Desvinculados do caráter religioso que tiveram na civilização helênica, estes espetáculos adquiriram uma função política, sobretudo sob o Império. De fato, já no ano 105 a. C., durante a República, o Senado instituiu oficialmente o combate de gladiadores como espetáculo nacional. No cenário do anfiteatro os gladiadores profissionais enfrentavam-se entre si (mirmilões, reciários, trácios, samnitas), ou então contra as feras, embora também houvesse lutas entre animais. Tudo isto com uma crueldade extrema e com um final que normalmente significaria a morte de um dos combatentes. Existiam escolas de treino de gladiadores, que frequentemente eram presos ou escravos, mas também homens livres em busca de fama. Estas lutas terminaram no século IV d. C. com o Edicto de Milão. Entre o público romano, também tiveram grande continuidade as corridas de carros (sobretudo, as quadrigas, puxadas por quatro cavalos e conduzidas pelos aurigas) que se realizavam nos circos (como o Máximo, cuja etapa de esplendor se situa entre os séculos I a. C. e I d. C.), num percurso aproximado de quatro quilômetros.
Idade Média: a crise do exercício físico
Uma vez desaparecida a ginástica higiênica, o único vislumbre de preparação física intensa durante o período medieval foi a levada a cabo pelo cavaleiro feudal, orientada para a guerra, torneios e justas. A crise que a educação física atravessou durante o longo período que vai do século VI ao século XIV deveu-se fundamentalmente ao espiritualismo imposto pela Igreja, que procurava prioritariamente a saúde (ou salvação) da alma, condenava o orgulho da vida terrena e menosprezava toda a atividade físico-desportiva. O fato de o cristianismo associar, em geral, a barbárie dos espetáculos romanos, onde os crentes tinham sido objeto de inúmeros sacrifícios sob o Império Romano, à atividade física de caráter lúdico influenciou de forma negativa a imagem do desporto. Assim, o atletismo, por exemplo, que tinha sido a base da educação física na Grécia antiga, praticamente desapareceu na Idade Média.
Por isso, como expoente quase único da educação física pode citar-se o treino que os jovens recebiam para se tornarem cavaleiros, depois de passarem, desde crianças, pelas categorias de pajem e escudeiro. Na sua preparação aprendiam esgrima, equitação, tiro, luta, natação e outras habilidades físicas. A concreção dos ideais de cavalaria tinha como marco as justas (confrontos entre dois cavaleiros) e torneios (verdadeiras batalhas que dois grupos de cavaleiros enfrentavam). Também adquiriram grande importância os jogos de bola, sobretudo a palma e a sou/e.
A actividade física na América pré-colombiana
Nas culturas mesoamericanas pré-colombianas (olmecas, maias, astecas, etc.), os jogos de bola, com as suas distintas variantes, adquiriram uma grande importância social e, inclusive, faziam parte das cerimônias rituais mais vastas. Tanto os restos arqueológicos como as fontes escritas certificam a existência de jogos nos quais se golpeava a bola de diversas formas e, nalguns casos, devia-se fazê-la passar por um orifício feito no centro de uma pedra grande. Existem restos de inúmeras canchas (campos destinados a jogos), como na cidade de Chichén-ltzá ou na península do Yucatán (Maias) e em Tenochtitlan, a grande cidade dos Astecas, fundada no vale do México no ano
de 1325. Também as mulheres participavam nos jogos de bola. Dada a importância destes jogos e a grande habilidade que
os jogadores demonstravam, supõe-se que existiu uma preparação ou ensino desde a idade juvenil.
Renascimento e Humanismo
Após a Idade Média, o interesse que despertou a cultura clássica fez com que a educação física voltasse a ser apreciada no Renascimento e, sobretudo, pelo humanismo, a partir do século XVI. Influenciado por Petrarca e Rabelais, o médico humanista Jeronimus Mercurialis publicou em 1569 Arte Ginástica, obra na qual recuperou a teoria da ginástica greco-romana, sobretudo no sentido do exercício físico para a saúde. A atividade física orientou-se basicamente para a vertente higiênica, em detrimento da formação de atletas (aspecto que não se recuperaria até finais do século XIX). Baltasar de Castiglione, na sua obra O Cortesão, traçou a imagem do perfeito cavalheiro renascentista, incluindo inúmeras referências à educação física, que estava incluída no conceito de educação integral e servia para a expressão da personalidade do indivíduo.
Bases da educação física moderna
A partir do século XVIII, o Século das Luzes, apareceram inúmeros filósofos, pedagogos e pensadores que fixaram as bases da educação física moderna e influenciaram as escolas e sistemas posteriores. Assim, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), influenciado por John Locke, é o precursor da pedagogia contemporânea. Na sua obra Emílio expôs as suas teorias, baseadas na educação da criança em contacto com a natureza, espontânea e autodidata. A educação física adquiriu grande relevância através de um método de aprendizagem indutivo («quanto mais fosse a atividade física, maior seria a aprendizagem»); também prestou grande atenção à psicologia evolutiva e ao respeito pelas leis naturais de desenvolvimento da criança, princípios muito valorizados atualmente. Segundo Rousseau, a criança, até aos 12 anos, devia realizar exercícios de educação sensorial: equilíbrios, habilidades manuais, orientação, etc. Este grande pensador de origem suíça influenciou decisivamente uma série de filósofos e pedagogos, tanto contemporâneos como posteriores, entre os quais cabe destacar Bassedow, Kant, Pestalozzi e Amorós.
Bassedow (1723-1790) foi um destaca- do representante da pedagogia da ilustração e do racionalismo e precursor da educação física alemã, devido às suas influências sobre Muths e Jahn. Defendeu a importância da educação física e levou as suas teorias à prática na Escola Philantropinum (criada em 1774), primeira escola na Alemanha onde os exercícios físicos fizeram parte do programa escolar. A sua didática estabeleceu a progressão do simples ao complexo e do parcial ao total.
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) dividiu a educação em física e prática. Mas o seu conceito da primeira incluía não só o desenvolvimento das qualidades físicas, como também componentes psíquicos, o desenvolvimento da inteligência, da memória, do caráter, da atenção, etc. O seu rigor pedagógico favoreceu o jogo com finalidade educativa, para fortalecer a criança e educar os seus sentidos.
O suíço Giovanni E. Pestalozzi (1746- 1827), autor de inúmeras obras, matizou muitas ideias de Rousseau. Defendia a figura do mestre e a educação da criança na família e na sociedade (sem isolá-Ia na natureza, como aquele propunha). Visto que procurava o desenvolvimento harmônico dos diferentes âmbitos do ser humano, concedeu muita importância à educação física (duas horas por dia), tanto à natural e instintiva como à planificada e sistemática, ginástica elementar dada pelo educador. O cuidado da higiene, os passeios nas horas das aulas, os jogos desportivos e a atenção às necessidades de cada criança também fazem parte das suas teorias. É o precursor da ginástica analítica.
Francisco de Paula Amorós y Ondeano, marquês de Sotelo (1770-1848), instruído e afrancesado, foi um dos precursores da educação física em Espanha, ao criar e dirigir o Instituto Pestalozziano de Madrid; perseguido durante a repressão o absolutista que teve lugar após a Guerra Peninsular, teve de exilar-se em França. Em Paris dirigiu o Ginásio Normal Militar, instituição a partir da qual difundiu as suas teorias inclusive no âmbito civil. Influenciado pelas ideias de Rousseau, Muths e dos círculos militares, estabeleceu um programa de educação física militarista, pouco pedagógico e de difícil execução, com inúmeros exercícios acrobáticos. Os seus objetivos eram a saúde, o prolongamento da vida, o aperfeiçoamento das faculdades físicas, a melhoria da espécie e virtudes raciais, e concedeu muita importância à concorrência de todos os sentidos.
A escola alemã
Na escola de ginástica alemã' destaca-se a figura de Guts Muths (1759-1839). Muths desenvolveu um método sistemático de educação física, reunido na sua obra A Ginástica da Juventude. Dividiu o seu sistema de exercícios em fundamentos de força (saltos, corridas, luta), de agilidade (natação, lançamentos, escalada, balanços, equilíbrio) e para a harmonia (dança, marcha, ginástica). Os seus objetivos didáticos eram conseguir uma educação integral. O jogo devia ser planificado, com objctivos lógicos. Nas suas teorias primavam o individualismo, a falta de livre iniciativa do aluno, a competitividade, a obsessão pelas marcas e pelos resultados. Muths influenciou o desporto moderno e a exaltação de sentimentos patrióticos através do exercício físico.
Seguindo os passos de Johann G. Fichte. pai do idealismo alemão, Fried- rich Jahn (1778-1852) manteve umas fortes
convicções nacionalistas que o levaram a desenvolver, entre 1811 e 1819, o seu sistema de ginástica. Entendia que a ginástica, os exercícios, os jogos e as competições deviam servir para devolver a força e o vigor da alma, e isso era o que, segundo o seu ponto de vista, o povo germânico necessitava. O seu sistema, o Turnkunst, reunido na sua Cultura Ginástica Alemã (1816), incluía jogos violentos, corridas, saltos, luta, barra fixa, paralelas, o primeiro salto de cavalo, etc. Professor de educação física em Berlim, Jahn foi um revolucionário que originou forte polêmica na sua época, e cujas ideias o levaram mesmo à prisão. A evolução do seu sistema conduziu-o à ginástica desportiva.
Os sistemas analíticos: a ginástica sueca
O sistema de ginástica sueca teve grande repercussão em todo o mundo até à segunda metade do século xx, tanto na educação física escolar como na formação de caráter militar. O seu criador foi P. E. Ling (1776-1839), que, ao contrário de Jahn, ficou bem visto pelos círculos de poder. Homem de vasta cultura, Ling idealizou uma ginástica com objetivos higiênicos e médicos, de saúde e reabilitação, e em 1813 fundou o Real Instituto Central de Ginástica de Estocolmo, onde aplicou as suas teorias.
O sistema sueco baseia-se num trabalho analítico, bastante rígido, com um desenvolvimento harmônico de todo o corpo, exercícios simétricos moderados e de fácil compreensão, realizados com uma dificuldade progressiva e, de preferência, sem aparelhos, em pé e obedecendo a uma voz, embora também existam alguns exercícios com aparelhos simples: cambalhotas, suspensões, equilíbrios, etc. Tudo isso se apoiava no estudo de base biológica das formas e efeitos dos exercícios; trata-se de uma ginástica "para todos os públicos». Hjalmar Ling (1820-1866) foi o seguidor e sistematizador das ideias do seu pai e centrou-se no âmbito infantil. Seguindo critérios fisiológicos, a aula de ginástica dividia-se em aquecimento, parte fundamental e relaxamento. Esta divisão utiliza-se ainda hoje, se bem que também se fale em parte inicial, principal e final.
A ginástica neo-sueca (Thulin, Falk, Bjôrkesten) surgiu durante a década de 40 como reação ao estatismo proposto pela ginástica idealizada por Ling. Esta nova modalidade utilizava o ritmo na execução de diversos exercícios que se podem ligar e incluem balanços e acrobacias. Posteriormente acrescentou-se também a expressividade e eliminou-se a vertente de formação militar.
Os sistemas naturais
A partir dos princípios expostos por Rousseau, Pestalozzi, Amorós, Muths e Demeny, ao longo dos séculos XIX e XX desenvolveram-se diversos sistemas naturais, de entre os quais se distinguem fundamentalmente dois: o método natural de George Hebert (1875-1956) e a ginástica natural escolar austríaca. O primeiro desenvolveu-se em França, em contraposição à ginástica analítica sueca. Foi apresentado em Paris em 1913 e tinha como objetivo o desenvolvimento físico integral mediante atividades naturais do ser humano: marcha, corrida, salto, lançamento, quadrupedia, cambalhota, pesos, equilíbrio, luta, natação, dança, etc. Essas atividades realizavam-se ao ar livre, procurando incidir no desenvolvimento cardiovascular e pulmonar. Estes sistemas partem de uma concepção integral do indivíduo e apresentam um forte caráter pedagógico.
No início do século XX, Margarette Streicher e Karl Gaulhofer idealizaram a ginástica escolar austríaca, na qual recolheram distintos aspectos das escolas surgidas anteriormente: assim, por exemplo, do sistema de Jahn, os aparelhos; da ginástica sueca, o aspecto postural e higiênico; do método natural de Hebert, as atividades naturais; de Dalcroze, o valor do ritmo; e dos incipientes desportos que começavam a proliferar na Grã-Bretanha, o seu aspecto lúdico. O resultado consistiu em sessões de educação física muito completas, de quase 50 minutos, que incluíam uma fase de animação, outra de trabalho postural, para continuar com jogos, desportos, danças, acrobacias, e finalizar com exercícios de relaxamento. Streicher e Gaulhofer relacionaram os exercícios físicos, como agentes educativos, com as necessidades globais da criança. O método natural escolar austríaco foi atualizado durante a década de 70 por Gerard Schmidt, que respeitou a forma natural de as crianças Se expressarem através do jogo e se interessou pelo seu próprio desenvolvimento evolutivo; incidiu sobre um trabalho multilateral, contrário à especialização, e defendeu o ecologismo na educação física.
O movimento desportivo
Com Thomas Arnold (1795-1842) produziu-se uma autêntica revolução na Grã-Bretanha que logo se estendeu por todo o mundo ao introduzir o desporto nos centros educativos; juntaram-se os valores positivos e formativos do desporto, estabelecendo-se uma estreita relação entre o professor e o aluno. O auge desportivo do século XIX, propiciado também pela iniciativa de Pierre de Coubertin (1863-1937), que restaurou os Jogos Olímpicos e defendeu a prática desportiva na escola, e a sua decisiva importância na sociedade do século XX consolidaram o desporto como um bloco fundamental dos conteúdos da educação física.
Os sistemas rítmicos: da dança à aeróbica
Os precursores dos sistemas rítmicos foram Jean Georges Noverre (século XVIII) e François Delsarte (século XIX), e o seu expoente máximo, já no século XX, Jacobo Dalcroze (1885-1950), que aplicou a música à educação física e estudou o ritmo corporal. Também trabalhou a preparação física, a correcção da postura, o desenvolvimento da imaginação, espontaneidade, etc. A evolução deste sistema levou à ginástica rítmica desportiva.
Dentro dos sistemas rítmicos também se devem citar a ginástica expressiva de Isadora Duncan, a ginástica moderna de Rudolf Bode e a aplicação desta no campo masculino por parte do argentino Alberto Dallo. Os novos sistemas rítmicos são representados pelo gim-jazz (originário da Dinamarca) e pela aeróbica (cujo precursor foi Kenneth H. Cooper, nos Estados Unidos). Desenvolvidos nos últimos trinta anos do século XX, deram lugar a outras modalidades: step, funky; body pump, aquaeróbica, etc., que foram incluídas nas programações de educação física escolar.
Escola Nova e pedagogia americana
A Escola Nova é um movimento pedagógico de reação contra a escola tradicional que acentua a atividade da criança, tornada no centro da escola. A educação física, portanto, desempenha um importante papel nestas teorias. Entre os seus principais representantes destaca-se a italiana Maria Montessori (1870-1952), com a sua teoria da psicomotricidade, e o filósofo e pedagogo norte-americano John Dewey (1859-1952), que defendeu os campos de desporto como cenário de uma educação adequada para a vida. Influenciados por este último, apareceram três métodos da pedagogia americana: o método dos projetos (Kilpatrick), o plano Dalton (Parkhurst) e o sistema Winnetka (Washburne), os quais propiciaram muitos dos modelos de ensino utilizados hoje em todo o mundo: a atribuição de tarefas, o ensino recíproco, o ensino programado, a descoberta guiada, a resolução de problemas, etc.
Educação física do século XXI
As escolas, sistemas e movimentos evoluíram e avançaram para a educação física do século XXI, que tem como principal característica a sua consolidada inclusão no programa educativo de todo o mundo, enquanto elemento fundamental de uma educação integral. Porque, tal como dizia o espanhol José María Cagigal, a educação física «é, antes do mais, educação». Assim, a educação física do novo milênio colabora na formação de uma pessoa íntegra, procura o seu desenvolvimento psicomotor e fomenta a qualidade de vida através do exercício físico e do desporto; prepara o ser humano para as exigências que a sociedade lhe apresenta e desenvolve a sua criatividade e personalidade. Graças à educação física atual, democrática e integradora, as atividades físico-desportivas irão tornar-se numa forma de ser, em companheiras inseparáveis no decorrer de toda a sua vida.
ATIVIDADE FÍSICA É SINÔNIMO DE VIDA LONGA
Sedentarismo, assim como o tabagismo e a hipertensão arterial compõem os fatores de risco causadores de problemas cardiovasculares
A inatividade física (sedentarismo), assim como o tabagismo, a hipertensão arterial e o colesterol elevado compõem os fatores de risco causadores de importantes problemas cardiovasculares, que representam as principais preocupações no campo de saúde atualmente. A idéia da relação entre atividade física e saúde não é recente: foi mencionada pelos filósofos gregos e romanos há centenas de anos.
Entretanto, somente a partir dos anos 50, ao se pesquisar quais doenças atingiam os funcionários aposentados, da companhia de ônibus (motoristas) de Londres, comparadas com os dos correios, concluiu-se que os motoristas tinham o dobro de doenças do coração do que os carteiros. Hoje sabemos que o baixo nível de atividade física é um importante fator no desenvolvimento de doenças crônico degenerativas, como obesidade, diabetes tipo II, hipertensão arterial, angina/infarto do miocárdio, osteoporose, câncer de mama e do reto.
Inversamente, a atividade física pode reduzir o risco de desenvolvimento dessas doenças crônicas, além de aumentar a expectativa de vida e evidente melhor controle do peso corporal. Constatações recentes têm demonstrado que estes benefícios ocorrem mesmo entre os indivíduos sedentários ou incapacitados e que se tornaram mais ativos. Além dos idosos, que passaram a ter uma vida fisicamente independente, com menor risco de quedas, melhor estado de humor, aliviando os freqüentes sintomas de depressão e ansiedade, enfim elevando os padrões de saúde e qualidade de vida dessa crescente população.
Avaliações dos RH (recursos humanos) de empresas que adotaram programas de atividade física por alguns minutos, durante o trabalho para seus funcionários, mostraram redução na falta ao trabalho, nos custos médicos e com aumento na produtividade. Evidências científicas têm reforçado que um estilo de vida ativo desde a infância traz vários benefícios desde melhor rendimento escolar, menos faltas às aulas, até melhora no relacionamento com os pais e aumento da responsabilidade em geral.
MOTIVOS PARA ESPREGUIÇAR TODOS OS DIAS
O hábito de se espreguiçar lubrifica as articulações, afasta dores de cabeça, preserva a flexibilidade e libera endorfina.
O despertador toca e o barulho estridente atravessa o cérebro, tirando você do descanso profundo. Muitas vezes, a rotina atrapalhada faz com que saltemos da cama num pique só, deixando passar batido um pequeno prazer: espreguiçar-se. Só que uma boa esticada é, além de deliciosa, uma grande amiga da saúde.
Conheça sete motivos para você tornar o movimento um hábito indispensável no seu dia a dia.
1. Acorda o cérebro
"Ao dar aquela espreguiçada, os músculos se esticam e sua circulação sanguínea é ativada, mandando uma mensagem de alerta para cérebro", explica o ortopedista Fabio Ravaglia. Isso que ajuda a dar "aquele gás" na disposição, mesmo que seja uma segunda-feira cinzenta e cheia de trabalho pela frente.
2. Dá mais prazer
Fabio explica que o ato de se espreguiçar libera endorfinas através dos músculos, hormônios neurotransmissores que são responsáveis pela sensação de bem-estar. Outro hormônio, a serotonina, também é liberada nesse processo, o que ajuda também a ativar a memória e a dar mais disposição ao corpo.
3. Afasta dores de cabeça
O tipo mais comum de dor de cabeça é a cefaleia tensional que, entre outras coisas, pode ser causada pela tensão muscular, afirma o especialista. Sendo assim, espreguiçar ajuda a mandar a dor embora, pois os músculos distensionados enviam informações de que o cérebro também pode relaxar.
4. Lubrifica as articulações
Nossas articulações possuem o chamado líquido sinovial, cuja função é auxiliar na lubrificação das articulações, ou seja, auxiliar o bom funcionamento delas. Para mantê-lo em bons níveis, o alongamento dos músculos é fundamental, por isso, espreguiçar é uma maneira boa de deixar as articulações em ordem.
5. Deixa o corpo de jovem
A partir da adolescência, começamos a perder a flexibilidade. Por falta de alongamento, problemas de coluna e joelhos começam, cada vez mais, a aparecer nos jovens. Espreguiçar-se é uma forma de alongar e preservar a flexibilidade.
6. Reduz riscos de lesões
Se você é o famoso "esportista de final de semana", com certeza, sabe que antes daquela partida de futebol ou de umas braçadas na piscina é preciso fazer um bom alongamento. Entretanto, é importante que você estenda essa prática ao dia a dia, para evitar os problemas típicos desse hábito. "Espreguiçar deve ser um hábito diário, realizado pela manhã e à noite", diz o ortopedista.
7. Alivia a fibromialgia
Fabio explica que é cientificamente comprovado que para os portadores da fibromialgia (a doença em que o paciente apresente uma condição de dor generalizada e crônica). Espreguiçar-se pode trazer um bom alívio às dores, pois o alongamento da musculatura de todo o corpo ajuda a minimizar a tensão acumulada nas articulações.
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